sexta-feira, 11 de julho de 2008

Escola tem atendimento inadequado em biblioteca

Inspeção em 40 colégios da rede pública de São Paulo detectou falta de bibliotecários e de organização das obras, além de arquitetura imprópria
Maria Rehder, Jornal da Tarde
Componentes.montarControleTexto("ctrl_texto")
Inspeção feita pelo Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB) em 40 escolas da rede pública estadual de São Paulo avaliou que o atendimento nas bibliotecas dessas instituições é inadequado. Entre os principais problemas estão a falta de bibliotecários, arquitetura imprópria e falta de informatização para organizar as obras. A escolha dos colégios fiscalizados foi aleatória e a lista com os nomes não foi divulgada.A reportagem também visitou quatro colégios estaduais aleatoriamente e em nenhum deles encontrou uma biblioteca que estivesse aberta em todos os períodos de aula. Em duas das escolas visitadas, as bibliotecas estão fechadas temporariamente por causa de remanejamento de espaço para abrigar o Acessa São Paulo, novo programa do governo estadual que prevê a instalação de salas de informática. É o caso da Emília de Paiva Meira, na zona leste, onde o acervo está amontoado em uma sala trancada.A Secretaria Estadual da Educação informou que as escolas não dispõem de bibliotecas, mas sim de salas de leitura, que podem ser coordenadas por professores. Entretanto, a pasta reconhece a necessidade de manter as salas de leitura em funcionamento e anuncia que até o final do ano vai lançar um programa que prevê a contratação de estagiários para manter os espaços abertos. Eles também vão auxiliar na informatização do acervo, já que 97% das escolas da rede receberam computadores para uso exclusivo do espaço de leitura.Atualmente, as escolas estaduais contam com professores readaptados - aqueles que foram afastados da sala de aula por problemas de saúde - para cuidar das bibliotecas. Mas esse atendimento não é garantido em todos os períodos, segundo o conselho.Sobre o resultado da inspeção, a secretaria divulgou nota informando discordar do estudo. A pasta afirmou ainda que o número de escolas visitadas representa apenas 0,75% das 5.537 unidades estaduais.SÓ COM HORA MARCADADas 40 bibliotecas visitadas pelo Conselho Regional de Biblioteconomia, 25 não têm computadores. Das 15 que tinham o equipamento, 4 estavam quebrados e 1 não tinha sido instalado. Em 37, os alunos têm de marcar hora para ter acesso aos livros; 3 estavam desativadas. Segundo a presidente do CRB, Regina Celi de Sousa, faltam bibliotecários nas escolas para organizar o acervo e atuar em parceria com os professores.A pedagoga do Centro de Estudo e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) Maria Amábile Mansutti afirma, porém, que não é necessariamente a contratação de bibliotecários que resolveria o problema. "Acho boa a idéia de contratar estagiários. O importante é garantir que sejam capacitados para organizar o acervo e dinamizar a leitura."O professor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Ezequiel Theodoro da Silva discorda. "Enquanto não houver um cientista da informação ou bibliotecário, alguém que entenda do manejo da informação da escola, e enquanto a arquitetura não levar em conta a acomodação da biblioteca, o atendimento ao aluno será sazonal."A Escola Estadual Mário Reys, na zona leste, que atende 1,8 mil alunos, improvisou um meio de levar os livros até os estudantes: "Não temos professor readaptado, por isso a biblioteca fica fechada. Mas os professores levam as obras em caixas para a sala, onde os alunos escolhem os livros e fazem o empréstimo", diz a diretora, Abgail Malavazi.
var keywords = "";

Nenhum comentário: