terça-feira, 8 de julho de 2008

Eles estão atrás de quem já morreu




REUTERS
SANTIAGO - Caçadores de nazistas chegaram nesta segunda-feira no Chile buscando pistas sobre o paradeiro do austríaco Aribert Heim, conhecido como "Doutor Morte" pelo assassinato de centenas de prisioneiros em um campo de concentração na Áustria e que acreditam estar escondido na Patagônia.
Heim, que inclusive usou o crânio de um homem que decapitou como peso para papel, é o criminoso de guerra mais procurado que se acredita estar com vida e teria 94 anos.
- Nós não estamos aqui pensando que talvez estejamos perto da captura, mas sim que temos que fortalecer a campanha que se lançou há alguns meses... e que é bom para a cidadania saber que existe um interesse internacional neste caso - disse Sergio Widder, do Centro Simon Wiesenthal de Buenos Aires, na sua chegada a Santiago.
Widder acompanha o caçador de nazistas Efraim Zuroff, que encabeça a unidade de Jerusalém do centro, instituição que oferece uma gratificação de 450 mil dólares por Heim como parte de um novo esforço para capturar nazistas fugitivos, antes morrerem de velhos sem castigos.
Heim, que assassinou centenas de prisioneiros no campo de concentração austríaco de Mauthausen com injeções de gasolina ou veneno diretamente no coração, está foragido por 46 anos desde que fugiu da polícia na Alemanha em 1962 antes de enfrentar a Justiça.
Alistado na temida polícia secreta de Adolf Hitler, a SS, Heim removia os órgãos de suas vítimas sem usar anestesia.
Os sobreviventes do Holocausto lembram de Heim desfrutando do terror da morte nos olhos de suas vítimas. Após aplicar injeções letais, ele cronometrava o tempo que levava à morte.
O centro acredita que Heim provavelmente se encontra na Patagônia do lado chileno ou argentino. Uma filha de Heim vive na cidade chilena de Puerto Montt, a uns 1.058 quilômetros ao sul de Santiago.
A família de Heim assegura que o médico faleceu em 1993. Centenas de nazistas buscaram refúgio na América Latina logo após a Segunda Guerra Mundial, muitos atraídos por uma política de portas abertas oferecida pelo general Juan Domingo Perón, na Argentina, assim como no Chile e Brasil.
Outro procurado famoso era Josef Mengele, conhecido como "Anjo da Morte" em Auschwitz, escapou pela Argentina e viveu também no Paraguai antes de morrer no Brasil em 1979.
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