quarta-feira, 2 de julho de 2008

Deus sempre esteve do lado dela Ingrid Betancourt

Refém das Farc por mais de 6 anos, Ex-candidata à presidência da Colômbia foi solta com mais 14 reféns, diz governo.
Segundo ministro, guerrilheiros foram enganados por militares infiltrados no grupo.


A franco-colombiana Ingrid Betancourt, ex-candidata à presidência da Colômbia e refém das Farc há mais de seis anos, foi resgatada nesta quarta-feira (2).

Ela foi libertada junto com três norte-americanos e mais outros 11 militares colombianos, segundo o ministro colombiano da Defesa, Juan Manuel Santos.

O anúncio da libertação foi confirmado logo depois pelo governo francês, que participava de negociações anteriores. Mais tarde, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, parabenizou o governo de seu colega Alvaro Uribe pela libertação e pediu às Farc que encerrem seu "combate absurdo".

Foto: Arte/G1
Arte/G1
Ingrid Betancourt foi resgatada em uma região de selva do departamento de Guaviare, no sudoeste da Colômbia (Foto: Arte/G1)

Os norte-americanos libertados são Thomas Howes, Keith Stansell e Marc Gonsalves, seqüestrados em 2003 quando realizavam uma missão antidrogas na floresta de Caquetá, no sudeste do país.

De acordo com o ministro, todos estão em boas condições de saúde e nenhum tiro foi disparado durante o resgate, que foi feito com a ajuda de três helicópteros.

"Seguimos trabalhando na libertação dos demais seqüestrados. Apelamos para os atuais líderes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) para que não se deixem matar, liberem os outros seqüestrados e não sacrifiquem seus homens", disse o ministro em Bogotá.

Os resgatados já teriam chegado na base militar de Toleimada, no centro do país. Lá, eles seriam recebidos pelo presidente Uribe.

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Infiltrados na guerrilha

Segundo o ministro colombiano da Defesa, o Exército da Colômbia se infiltrou na cúpula das Farc para libertar os quinze seqüestrados, enganando dois rebeldes e fazendo com que eles acreditassem que iam a um encontro com o chefe máximo rebelde, Alfonso Cano.

Foto: Reuters
Reuters
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, cumprimenta a família de Ingrid Betancourt depois da notícia da libertação (Foto: Reuters)

Ele disse que os militares infiltrados haviam feito um acordo com o comandante César, das Farc, para supostamente levar os cativos de helicóptero até o lugar onde estaria Cano, chefe da guerrilha desde maio passado, quando morreu Manuel Marulanda, o Tirofijo, fundador do grupo.

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Família

Sarkozy anunciou que um avião oficial iria partir com a família de Ingrid, que mora na França, e com o chanceler francês, Bernard Kouchner, rumo à Colômbia.

Lorenzo Betancourt, um dos dois filhos de Ingrid, disse que espera "de todo coração" que seja verdadeira a notícia da libertação. "Estou aguardando mais informações. Espero que seja verdade, de todo coração", disse à agência EFE.

Refém em condições precárias

Ingrid Betancourt nasceu em Bogotá, estudou em Paris e hoje tem 46 anos - dos quais os últimos seis passou no meio da mata, vivendo em condições precárias como refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

A parlamentar havia sido seqüestrada em 23 de fevereiro de 2002 na região de Caquetá e, hoje, acredita-se que esteja com malária, leishmaniose e hepatite B.


Betancourt é uma das mais importantes reféns que as Farc mantinham em cativeiro - faz parte do grupo de 40 prisioneiros políticos passíveis de troca por guerrilheiros presos pelo governo colombiano.

Além disso, há centenas de outras pessoas seqüestradas pela guerrilha por motivos financeiros.

O resgate é um trunfo político na mão do presidente Uribe, que endureceu contra a guerrilha e aliou-se com os EUA, que investiram bilhões de dólares para colocar os rebeldes na defensiva, combater a criminalidade e investir no desenvolvimento do

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