terça-feira, 8 de julho de 2008

Chávez é acusado de participar de 'escândalo da mala' argentino


REUTERS

VENEZUELA - O advogado de um réu do "escândalo da mala" na Argentina disse que uma testemunha do governo norte-americano declarou sob juramento que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, está pessoalmente envolvido no caso, segundo arquivos de um tribunal dos EUA.

A testemunha do governo, Carlos Kauffmann, declarou-se culpado em março das acusações geradas pela apreensão de 800 mil dólares em uma maleta em Buenos Aires. Ele fez um acordo para testemunhar contra seu ex-sócio Franklin Duran em troca de uma pena mais leve.

Os promotores norte-americanos afirmaram que os 800 mil dólares eram destinados à campanha eleitoral de Cristina Kirchner, ex-primeira-dama que chegou à Presidência argentina em outubro.

O caso gerou uma série de denúncias de corrupção na Argentina, além de criar tensões diplomáticas entre Washington, Caracas e Buenos Aires.

Edward Shohat, advogado de Duran, disse, segundo arquivos da corte, que Kauffman afirmou em um testemunho aos agentes do FBI que uma terceira pessoa contou a ele que Chávez estava envolvido pessoalmente no envio do dinheiro à Argentina.

- Baseado no relatório do FBI, pode-se esperar que Kauffman vá testemunhar... O réu Moisés Maionica disse a ele e outras pessoas que o presidente Chávez estava envolvido no caso e colocou (o chefe do serviço de inteligência Henry) Rangel Silva no cmando. Rangel teria dito a ele que o presidente Chávez estava envolvido diretamente no caso - disse o advogado de Duran, em um arquivo com a data de 27 de junho.

Duran, que deve ser julgado em um tribunal de Miami no dia 2 de setembro, é acusado de violar as leis de lobby norte-americanas. Ele é venezuelano, assim como Maionica e Kauffman.

Maionica, Kauffman e Rodolfo Wanseele Paciello, declararam-se culpados das acusações norte-americanas. O uruguaio Wanseele reconhece ter ajudado um agente de inteligência venezuelano a se encontrar com Guido Antonini Wilson, empreendedor venezuelano-americano detido com 800 mil ao entrar na Argentina no ano passado.

O agente venezuelano, Antonio José Canchica Gomez, que também é acusado de ter agido a mando de Chávez, tentou fazer com que Antonini acobertasse a origem do dinheiro, segundo alegam promotores norte-americanos. Um promotor dos Estados unidos disse que os agentes venezuelanos ofereceram 2 milhões de dólares a Antonini.

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