segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Transmissão da doença de Chagas está controlada em Minas

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Desde 2002, Minas Gerais selou uma conquista: a erradicação da transmissão da doença de chagas pelo seu principal transmissor, o Triatoma infestans. A erradicação da transmissão pela espécie foi certificada pela Organização Panamericana de Saúde e sinaliza o controle definitivo da doença.
No estado de Minas, em 2008, até outubro, foram capturados e examinados cerca de 14 mil tipos de barbeiros. Desse total, apenas 186 tiveram resultado positivo para Trypanosoma cruzi, protozoário causador da doença de Chagas, o que representa uma infecção natural de 1,30%.
Nos anos anteriores, o baixo índice de infecção se repete. Pesquisa realizada, de 1989 a 2006, em 408 municípios mineiros e com 34 mil amostras de soros humanos apontou para um controle definitivo da doença. Menos de 1% das amostras apresentou resultado positivo, o que demonstra a ausência de infecção recente ocasionada pela picada do barbeiro.
Da mesma forma que em Minas, o Brasil, desde 2006, recebeu uma certificação da Organização Mundial de Saúde pela erradicação da transmissão da doença de Chagas pelo Triatoma infestans. Segundo o Gerente de Vigilância Ambiental, Francisco Lemos, os avanços registrados em Minas e no Brasil demonstram que não há retorno do principal transmissor.
A maioria dos óbitos, cerca de 99,88%, acontece em portadores da doença de forma crônica, maiores de 20 anos, o que significa que são remanescentes do período em que a transmissão vetorial não havia sido interrompida.



Vetores
Em Minas, o índice de infestação no interior das casas é inferior a 2%, pois a presença de barbeiros silvestres prevalece nos arredores dos domicílios em galinheiros, cercas e montes de lenha. Quando é verificada a presença de barbeiros infectados dentro da residência, os moradores são encaminhados ao serviço de saúde, para realização de diagnóstico e acompanhamento.
Francisco Lemos explica que a transmissão oral é observada em surtos esporádicos na Região Norte do Brasil onde o inseto infectado pode ser acidentalmente batido juntamente com o açaí. Além disso, o surto de Santa Catarina, em 2005, foi relacionado à moagem do inseto juntamente com a cana de açúcar. “O alimento não fica infectado, e com o simples cuidado no consumo, indispensável para a saúde humana, é possível eliminar todo o risco,” explica Lemos.


Políticas Públicas
Francisco Lemos diz que, desde 2000, o controle da doença de Chagas acontece de forma descentralizada. Os municípios realizam visitas programadas às residências, fazem a pesquisa e efetuam borrifação quando confirmada a presença de barbeiros.
Além disso, através da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), anualmente, são feitos investimentos para melhoria habitacional voltada para o Programa de Controle da Doença de Chagas. Nos últimos anos, todos os recursos destinados a Minas têm sido aplicados em cidades localizadas na região Norte.
Lemos ressalta que a participação da comunidade é fundamental. Existem postos de identificação de barbeiros onde os moradores podem notificar a presença do inseto em suas residências. “Esses postos são muitos acessíveis aos moradores, e geralmente ficam localizados em escolas, postos de saúde, sendo inclusive muitas vezes coordenado por pessoas da própria comunidade,” pontua o gerente. (SES/MG) Da Ascom

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