O prefeito de Francisco Sá, Ronaldo Ramon, que já ocupou a cadeira do executivo por três mandatos, lamenta o impasse em torno da sucessão municipal e, sobretudo, a decisão da justiça que impugnou a sua candidatura sob a acusação de má aplicação de recursos públicos federais na construção de um matadouro municipal na sua gestão de 1988 a 1992.
Ronaldo Ramon:- Lamento o impasse, essa expectativa é ruim
Segundo ele, a verba, conseguida para o município pelo então deputado federal Humberto Souto, de sete milhões de cruzeiros, foi insuficiente para a conclusão das obras.
- Numa época em que a nossa moeda estava desvalorizada, com os recursos federais conseguimos adquirir o terreno para instalar o matadouro e para isso tivemos de injetar mais duzentos mil cruzeiros, ou seja, gastamos sete milhões e duzentos mil cruzeiros somente na aquisição do terreno. Não tivemos como concluir a obra, é verdade – relatou, observando que, na ocasião, de acordo com a lei, prestara contas dos gastos ao ministério da Agricultura, de onde saiu o dinheiro, pagando até mesmo multa de R$ 2,4 mil pelo não-cumprimento das metas estabelecidas.
- Mas o ministério não aceitou, rejeitou a nossa prestação de contas – acrescenta.
TCU
Ainda segundo o prefeito, em seguida foi promovida, junto ao ministério da Agricultura, a tomada de conta especial que seguiu para o Tribunal de Contas da União. No seu julgamento, o TCU teria isentado a sua administração de qualquer prejuízo ao erário.
Diante dessa condição, ele diz que procurou consolidar a sua candidatura à reeleição.
- Faltando cinco dias para findar o prazo de registros de candidaturas, deparei, no entanto, com o meu nome no TCU, com pedido de impugnação movido por adversários. Fui absolvido pela justiça eleitoral do nosso município e agora o processo tramita em terceira e última instância no TSE em Brasília.
O ex-prefeito Antônio Dias não foi encontrado pela reportagem em Francisco Sá, e a informação de seus correligionários é de que ele estaria em Brasília, devendo retornar à cidade somente nesta quinta-feira. Dias teve sua candidatura impugnada sob acusação de não ter aplicado 25% da receita municipal no setor educacional e de ter ferido a Lei de Responsabilidade Fiscal em um de seus dois mandatos como prefeito.
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