quinta-feira, 26 de novembro de 2009

JORNALISTA LANÇA ``SAPO NA MUDA´´ HOJE NO CENTRO CULTURAL

FOTO XU MEDEIROS
“Sapo na Muda” será lançado nesta quinta

O jornalista Luís Carlos Novaes (Peré) lança, nesta quinta-feira 26, às 20h, na abertura oficial da XIX Festa Nacional do Pequi, no Centro Cultural Hermes de Paula, o livro de sua autoria “Sapo na Muda: Meus Amigos, Meus Mortos, Meus Caminhos Tortos”. A obra é uma coletânea de crônicas
publicadas na coluna “Sapo na Muda” que ele assina, há sete anos, no Jornal de Notícias, do qual é editor.
São centenas de artigos que não couberam nas 122 páginas de seu primeiro livro, impresso pela Editora Millennium, por meio do Consórcio Literário Oficinas das Letras.
“Estou estreando como escritor, embora já possua outras crônicas jornalísticas selecionadas para outros quatro livros que espero publicar em breve”, ressalta entusiasmado o jornalista e escritor, que atua na imprensa de Montes Claros desde 1973.“Comecei exatamente no início da crise do petróleo. Foi quando deixei o saudoso Tiro de Guerra 87, e ingressei no jornalismo, de onde nunca mais saí, trabalhando como repórter no extinto Diário de Montes Claros”, diz ele, que tinha, então, como editores, Felipe Gabrich e Jorge Silveira. “Com os quais aprendi muito do trabalho jornalístico”, admite.“Sapo na Muda” tem como pano de fundo a crise política brasileira, nascida com o golpe militar de 1964. Reúne as crônicas em que o autor liberta sua memória para narrar, com um humor inconfundível, momentos da vida de muitos de seus amigos, durante os anos da década de 1970, revelando suas emoções e atitudes diante de situações que a época proporcionava, passando pelos movimentos sociais, artísticos e culturais que marcaram, sobretudo, a juventude do chamado “anos de chumbo”, quando o Estado de Exceção privava o cidadão de seus direitos constitucionais.


PERIGO
Peré lembra que era um “tempo perigoso” para todos, face ao embate entre o capitalismo e o comunismo, a democracia e a ditadura, principalmente para quem lidava na imprensa, cerceada pelos plantões dos censores dos generais. “Ainda assim, conseguíamos levar adiante muitas propostas que, então, eram consideradas subversivas num país em que, por pouco, seus habitantes quase foram proibidos até de pensar”, acrescenta, sem esconder que a “ingenuidade” também fazia parte das ações daquela juventude, nem sempre informada corretamente da política exercida pelos quartéis.
Ele destaca iniciativas como a criação da Academia Juvenil de Letras de Montes Claros, a constituição do Catibum, movimento que reunia os jovens da cidade para debates sobre vários temas – locais e nacionais, e para troca de informações, bem como a realização da Missa Jovem, exatamente quando a Igreja Católica também não escapava da mira dos militares, e muitas outras passagens que relembra ao leitor com sua verve de historiador.
ASCOM

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