sexta-feira, 22 de maio de 2009

USINA DA PETROBRÁS TEM INTERESSE NA VILA SÃO LOURENÇO DISTRITO INDUSTRIAL DE MONTES CLAROS

FOTOS XU MEDEIROS

Janaína Gonçalves

Repórter

-Veja e comprove a situação drástica que vivemos - este é um dos apelos da comunidade São Lourenço, um nome pouco conhecido, mas que está localizada no Distrito Industrial de Montes Claros, com uma população de 120 moradores. De acordo com a presidente do bairro, Esciene da Silva Pereira, são 30 anos que convivem sem água , luz e saneamento básico.

Para conseguir viabilizar estas necessidades puxamos a energia e a água da Avenida Lincor Alves, mas corremos risco, afinal toda a fiação fica exposta nos 150 mil metros da Vila.

Além disso, os residentes agora vivem o dilema da possível saída da localidade, por está localizado numa área próxima a Usina de Biodiesel, recém instalada na região, da qual a Petrobrás tem interesse na área.

Conforme Manoel Gonçalves Souza, que viu nascer o bairro, explica que a ideia é que ninguém saia da região, uma vez que ali está toda uma história e identidade de muitas famílias.

– Os riscos são inúmeros, convivemos diariamente com a escuridão, com bichos peçonhentos e roubos freqüentes, sem contar à dificuldade para quem estuda, e tem que chegar em casa a noite - relata indignado.

Para o casal de idosos Alvina e Cezimbro da Silva, a situação fica mais complicada, ambos com problemas de saúde, lutam contra as limitações de se locomoção para continuarem a viver.

Três vezes ao mês, minha filha tem que chamar um táxi para nos levar ate o hospital, para consultar, e isso pesa no bolso de que recebe apenas um salário mínimo, e se não for assim, ficamos aqui sem assistência, porque aqui o acesso é bem complicado – acrescenta Cezimbro.

A presidente do bairro ressalta ainda que já entrou em contato com os órgãos responsáveis para que sejam atendidas as necessidades dos moradores, mas até o momento nada foi feito, em prol de melhorias, e a espera continua.

Ela informou ainda que a negociação com a Usina, tem sido feita através de processo judicial, para isso, hoje contam com um advogado, para que a situação possa beneficiar ambas as partes.

– A audiência tem sido realizada para sabermos se seremos indenizados e assim desocuparíamos a área, sendo removidos para outra que nos dessem condições de continuar tendo a terra, e a criação de animais como sustento. Mas enquanto não define, a situação da população continua a mesma – conclui a presidente.

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