Tadeu Leite durante entrevista coletiva: - Meus adversários ainda estão em campanha e não aceitam a derrota
Eduardo Brasil
Repórter
Ridícula. Assim o prefeito eleito de Montes Claros, Tadeu Leite – PMDB denominou a prova de que cometera crime eleitoral nas disputas de outubro, levada à justiça por adversários políticos com o objetivo de impedir a sua diplomação e da vice-prefeita eleita Cristina Pereira.
- Querem um terceiro turno das eleições. Eles (os adversários políticos) não aceitam a derrota – disse, na manhã desta sexta-feira 28, durante entrevista coletiva à imprensa, negando que sua diplomação tenha sido impugnada pela justiça eleitoral.
- Não existe nada disso. Vencemos as eleições, no primeiro e no segundo turno, e vamos ser diplomados e empossados, como manda a lei.
Segundo ele, o episódio ficaria ainda mais grotesco considerando que o objeto do crime, um panfleto apócrifo, cuja origem foi atribuída à sua equipe de campanha, aceito pelo ministério público como prova, seria idêntico ao que a sua coligação também apresentou à justiça como elemento comprobatório de delito eleitoral contra si, praticado pelo adversário, e que o mesmo órgão judiciário não acatou.
- Tentam, é o que nos parece, reverter uma verdade que já sabemos: panfletistas foram eles, nossos adversários que ainda estão em campanha. Estranho que o ministério público se deixe motivar por essa precariedade de provas – disse o prefeito eleito lamentando a posição dos promotores que seria antagônica ao entendimento que os próprios teriam antecipado em relação à demanda de sua aliança política, caracterizando a ação como um ataque sem causa e que aceitaram levar adiante não se sabe exatamente por quê.
- Caberá ao juiz a palavra final. Revelar a verdade. Aguardamos pela sua isenção – disse, tachando de mais um dos boatos dos perdedores a notícia de que a sua diplomação teria sido impugnada pela justiça eleitoral.
- Queiram eles ou não, fomos eleitos pelo povo, sem agredir as leis eleitorais. Não adianta desespero e mentiras.
TRANSIÇÃO
O prefeito eleito de Montes Claros reservou parte da entrevista para relatar a sua preocupação com a possibilidade de um surto de dengue no município em 2009 (leia mais nesta página), e denunciou a dificuldade que a sua comissão de transição encontraria para conseguir informações sobre a situação financeira e administrativa da prefeitura municipal.
- Recebemos poucas respostas às nossas perguntas, escassas para que possamos fazer uma análise mínima da real situação da prefeitura de Montes Claros. Sabemos, infelizmente, e isso não nos foi informado pela administração, que nesta semana o município perdeu recursos federais da ordem de R$ 5,3 milhões por não tê-los aplicado no prazo tratado na construção do Mocão e do Centro de convenções. Sem contar perdas na arrecadação do VAF – revelou, aludindo ao Valor Adicionado Fiscal, índice usado pelo Estado para calcular o repasse de verbas aos municípios procedentes do ICMS e IPI, de acordo com o PIB local.
- A administração tem de recorrer dessa decisão que é prejudicial ao município e ela pode fazê-lo. As perdas não seriam apenas de 8,07%, como se divulga. O aumento geral da receita pode estar mascarando uma perda que chegaria a 17,03%.
Sobre o valor do orçamento municipal para 2009, de mais de meio bilhão de reais, Tadeu Leite considera bom.
- Bom. Parece que foi elaborado por quem achava que iria praticá-lo – ironizou, admitindo alterações no documento, como remanejamento de verbas através de rubricas, se necessário, em função da reforma administrativa que conduzirá no início de 2009.
Ele também comentou a audiência que teve nesta semana com o governador Aécio Neves – PSDB, na condição de prefeito eleito de Montes Claros, quando recebeu a garantia de que o Estado continuará investindo no município.
- Aproveitamos para reafirmar ao governador nosso apreço, a gratidão do povo de Montes Claros e a certeza de que temos o seu nome como natural para as eleições presidenciais de 2010.
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