terça-feira, 4 de novembro de 2008

Estado implanta grupo de trabalho para controle de praga em algodoeiro



Da Agência Minas
Minas Gerais passa a contar com um Grupo Técnico de Trabalho para gerenciamento da execução das instruções e normas técnicas de prevenção e controle do Bicudo do Algodoeiro, praga que acomete as lavouras de algodão e tem causado prejuízos no Estado. A formação do grupo está prevista na Instrução Normativa nº 44 do ministério da Agricultura, que instituiu o Programa Nacional de Controle do Bicudo do Algodoeiro (PNCB).
Criado em julho, o PNCB visa o fortalecimento do sistema de produção agrícola do algodão, com a agregação de ações de defesa sanitária vegetal, pesquisa agrícola e assistência técnica para conter a praga.
A constituição do grupo técnico foi definida na terça-feira (28), em reunião realizada pela Câmara Técnica de Defesa Agropecuária, na Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), em Belo Horizonte. Representantes do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SFA), da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG), da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), do fundo de apoio à cultura do algodão e de um órgão privado de pesquisa, formam a equipe.
Os membros devem atentar para a identificação das demandas estaduais e dinamização das ações do PNCB, elaboração de programação anual de trabalho e de relatórios técnicos semestrais, avaliação dos resultados do programa, entre outros.
Segundo o coordenador do grupo e gerente de Defesa Sanitária Vegetal do IMA, Nataniel Diniz Nogueira, essa instituição é um passo importante para o controle da praga no Estado. “O IMA já realiza ações de fiscalização das lavouras e do trânsito vegetal, mas precisamos trabalhar em conjunto com outros órgãos para alcançarmos resultados satisfatórios e eliminarmos o Bicudo das lavouras mineiras”, afirmou.
VAZIO SANITÁRIO
Durante o encontro foi discutida ainda a implantação do Vazio Sanitário do Algodão. A medida também está prevista na IN nº 44 e determina a definição de um calendário de plantio para o algodão, com um período de pelo menos 60 dias sem a cultura e plantas voluntárias no campo.
A ação deve ser executada a partir de 2009 e de acordo com Nogueira, a próxima reunião do grupo vai tratar do assunto mais extensamente. “O vazio vai ocorrer, mas antes da definição do período é necessário consultar especialistas, pesquisadores e produtores, o que será feito no nosso próximo encontro. O que se pode dizer, até o momento, é que a data está prevista para a partir de maio, já que o plantio se iniciou agora”.
Nogueira afirmou também que as expectativas são boas com relação à medida. “Obtivemos sucesso na execução do Vazio Sanitário da Soja nos dois anos em que o estamos executando. As fiscalizações do IMA comprovam que o produtor rural têm reconhecido os benefícios da medida e feito sua parte, o que para nós é essencial”, lembrou.
Assim como no caso da soja, o Vazio Sanitário do Algodão também poderá ter exceções à medida, dentro de critérios técnicos, de acordo com a IN nº 44.
BICUDO DO ALGODOEIRO
O Bicudo do Algodoeiro (Anthonomus grandis) é uma espécie de besouro de coloração cinzenta ou castanha, com mandíbulas afiadas que são utilizadas para perfurar o botão floral e a maçã dos algodoeiros. Originado na América Central, foi introduzido no Brasil em 1983, causando prejuízos iniciais nas plantações de algodão do Nordeste e nas últimas décadas, veio se espalhando para as outras regiões do país.
A entrada da praga na lavoura pode ser constatada por meio do monitoramento com armadilhas e o ideal é que o controle seja feito ao sinal das primeiras infestações. Os prejuízos são resultantes dos danos causados às estruturas reprodutivas do algodoeiro e ao produto final, reduzindo diretamente a produção do algodão.
Em Minas, a situação está mais controlada se comparada a anos anteriores, mas medidas efetivas, como as previstas no PNCB são essenciais. Segundo dados da Amipa, na temporada 2006/2007 o Estado possuía uma área cultivada de algodão em cerca de 29 mil hectares.

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