Eduardo Brasil
Repórter
Apenas a agencia da CEF - Caixa econômica federal, em Montes Claros, estaria atenta ao cumprimento da determinação do ministério público federal para ajustar suas instalações às pessoas portadoras de necessidades especiais, de acordo com a Lei de Acessibilidade, e dentro do prazo estabelecido de 30 dias, que vence na próxima semana. As adaptações, porém, não ocorreriam nas agencias de outras duas instituições federais instaladas na cidade – do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste.
A informação é do vereador Valcir Soares – PTB, presidente da Ademoc – Associação das pessoas portadoras de deficiência física de Montes Claros, que nesta semana teria visitado as agências para verificar como elas estão procedendo com as adequações.
Segundo ele, apesar de na CEF a determinação do ministério público federal estar sendo observada, haveria por outro lado um total despreparo dos comerciários em relação ao atendimento especial. O próprio vereador teria verificado funcionários desinformados até mesmo sobre como utilizar os recursos que estão sendo disponibilizados para cegos e surdos nos caixas, como, por exemplo, um fone de ouvido, que fica ao lado do caixa, para que ele o conecte com outro aparelho e o coloque à disposição das pessoas com problemas de audição quando for necessário.
- No entanto, em desuso, porque nenhum dos funcionários aos quais me dirigi sabia ligar o aparelho. Nenhum deles foi instruído para um procedimento simples e isso demonstra indiferença para com as pessoas portadoras de necessidades especiais – relata Valcir Soares.
BRAILE
Entre as determinações do ministério público federal está também a que obriga os bancos oficiais a fornecerem guias de serviços impressos em braile, material que o vereador não teria visto nas agências. Para ele, além dos guias impressos, os bancos estatais devem disponibilizar para os cegos atendentes que saibam ler e escrever em braile.
- É que a esmagadora maioria das pessoas cegas, infelizmente, não sabe ler nem escrever em braile e, assim, a medida imposta aos bancos não alcança sua eficiência total. Mas, é preciso que as pessoas com deficiência visual se interessem, elas próprias, em aprender a arte dessa leitura, para não dependerem de ninguém – acrescenta o parlamentar, informando que as pessoas interessadas em aprender braile podem se dirigir ao CAP – Centro pedagógico de apoio ao deficiente visual, onde são ministradas aulas gratuitamente (informações pelo telefone 3690-5405).
CARDÁPIO
Ainda no CAP, segundo Valcir Soares, são impressos em braile cardápios que são distribuídos gratuitamente aos bares e restaurantes da cidade.
- Tomamos a iniciativa de imprimir os cardápios para ajudar na aplicação de lei municipal, de minha autoria, aprovada por unanimidade pela câmara municipal, que exige dos restaurantes e bares cardápios em braile – informa, reclamando que ela, a norma, infelizmente, seria mais uma entre tantas outras que não são cumpridas em relação aos direitos das pessoas portadoras de necessidades especiais em Montes Claros.
- Poucos estabelecimentos do gênero se interessaram em nos procurar para adquirir o material, ainda que o forneçamos gratuitamente – lamenta o vereador.
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