terça-feira, 2 de março de 2010

Sessenta dias sem Chiquinho: Do aviso sobre possível sequestro a um telefonema mudo, o que teria acontecido?

ARQUIVO FAMILÍA


Gissele Niza
Exclusivo para O NORTE

Há 60 dias do desaparecimento do despachante Francisco Santos Filho, conhecido por Chiquinho Despachante, O NORTE procurou seus familiares, o cabo Melo e a polícia civil, para saber o que há de concreto nas investigações e qual é a verdade sobre esse desaparecimento que intriga toda uma cidade.

Muito abalada com a situação, principalmente pela falta de respostas da polícia sobre o caso, a esposa, a mãe e irmãs de Chiquinho receberam a reportagem ontem à tarde, no Bairro Dr. João Alves, zona Sul de Montes Claros.

Segunda a esposa do despachante, Elenice Barbosa Santos, que esteve com o marido na manhã do dia do seu desaparecimento, ele saiu de casa após um telefonema onde combinou para receber um dinheiro.


- Ele falava ao telefone e antes de se despedir de mim disse que não demoraria e que eu planejasse onde passaríamos o reveillon. Iríamos viajar no mesmo dia, na quarta-feira (31 de dezembro), ou na quinta pela manhã. Às cinco da tarde, quando cheguei ao escritório, os funcionários medisseram que falaram com ele por volta de três da tarde e que ele havia dito que estava em Lagoinha para receber um dinheiro. Tentei falar com ele diversas vezes no celular e não consegui – diz Elenice.

Sobre pagamento de R$ 30 mil que Chiquinho teria recebido, Elenice afirma que sabia da venda de um veículo Pajero feita por Chiqui nho ao cabo Melo, porém, não tinha detalhes.
ARQUIVO DE FAMILHA

- Sabia que ele saiu para receber o dinheiro, mas não tinha detalhes, fiquei de resolver para onde viajaríamos e, como ele não retornou nem atendeu os telefonemas, comecei a me preocupar, uma vez que, apesar da correria do trabalho, ele sabia que eu preservo muito que as festas de final de ano sejam passadas com a família. Todos os anos, mesmo quando tínhamos outros compromissos profissionais na virada do ano, quando eram 22 horas nós nos reuníamos. Isto era sagrado. Daí, passei a ter certeza que algo aconteceu. Agora precisamos, eu e a família, de uma resposta do que aconteceu e o por quê – afirma Elenice.

Francisco Santos Filho é filho de Francisco Lúcio dos Santos e Laudir Lúcia Rabelo, casado com Elenice Barbosa, com quem tem três filhos. Ele tem sete irmãos e começou a trabalhar com o pai aos 10 anos de idade, em Francisco Dumond, onde nasceu. Trabalhou num escritório de contabilidade, no supermercado Q Barato e aprendeu a trabalhar como despachante.



Após trabalhar por um período sozinho, montou seu escritório com seu nome e, ultimamente, trabalhava com precatórias e era sócio de uma faculdade em Moc. Em 2004, candidatou-se a vereador pelo PMDB e conseguiu 935 votos.

A família define Chiquinho assim- Um homem trabalhador, que vivia para o trabalho e que sempre teve tudo que quis. Era carinhoso e atencioso e, apesar do pouco tempo que tinha para conviver com seus familiares, quando estava presente aproveitava ao máximo. Chiquinho não tinha dinheiro, tinha patrimônio. Tudo para ele era moeda de troca, não desperdiçava nenhuma oportunidade. Se ele comprava um veículo aqui, ele vendia ali ou trocava em outra coisa que ele queria. Sua vida.
era assim. Não andava com dinheiro no bolso, não tinha envolvimento com bancos, sempre deixava esse serviço para a esposa e funcionários. Era um homem que, filho de comerciante, sabia negociar e tudo que adquiriu, desde imóveis a carros, foi com seu trabalho – afirmam as irmãs Claudice, Sandra e Umbelina

PASSO A PASSO

30 de dezembro – Chiquinho sai de casa de manhã e comunica à esposa que passariam o reveillon viajando.

30 de dezembro – Funcionários do escritório do despachante informam a Elenice que Chiquinho estaria em Lagoinha.

31 de dezembro – Nenhuma notícia sobre Chiquinho. Celulares desligados. A esposa começa a desconfiar que algo de errado aconteceu.

1º de janeiro – Ainda sem contato com o marido, Elenice procura amigos próximos e é informada de que Chiquinho teria um almoço com amigos em um restaurante na Avenida Sanitária, porém, não compareceu. Amigos informam a Elenice que Chiquinho teria ido à Lagoinha com cabo Melo.


1º de janeiro – À tarde, Elenice e familiares procuram a polícia civil para prestar queixa sobre o desaparecimento. Nesse mesmo dia, policiais civis da delegacia de plantão começam a apurar o caso.

02 de janeiro – Às 7h, Elenice recebe um telefonema feito do celular de Chiquinho, no qual um homem avisa: “Queremos R$ 200 mil para libertar Chiquinho, e um aviso: tira a polícia do caso, pois temos informantes e as coisas podem piorar”.

02 de janeiro – Diante do telefonema, a família volta a p

rocurar a polícia e, às 17h, quando Elenice está na delegacia prestando depoimento, o bina de sua residência registra uma chamada também realizada a partir do celular de Chiquinho.

02 de janeiro – O carro de Chiquinho é encontrado em frente a um restaurante na Avenida Sanitária e é periciado pela PC.

18 de janeiro – A pedido da família, as investigações são repassadas à Divisão de crimes contra a vida, da PC de Belo Horizonte, sob o comando do delegado Alcides Costa. Ele chega à cidade com equipe composta por uma escrivã e dois agentes de polícia.

25 de janeiro – Uma mulher atende o celular de Chiquinho, mas não fala nada. A ligação demorou 30 segundos.

4 comentários:

Anônimo disse...

oi xu meu nome é solange sou ex do chiquinho tenho um filho com ele...nao deixe esse caso de lado...queriamos noticias do paradeiro dele. abraços

Anônimo disse...

Pelo amor de Deus, cobrem mais das autoridades, esse caso tem q ser solucionado, a família ja não suporta mais tanta dor e tanto disse e me disse...Isso precisa ter um fim...

Anônimo disse...

O que a Policia tem feito? o porque da demora!!! queremos resposta!!!!

Anônimo disse...

O que a Policia tem feito para desvendar o desaparecimento do Chiquinho Despachante? O porque da demora?!?! queremos resposta!!!!