segunda-feira, 29 de março de 2010

ENTERRO E TEATRO DOS SERVIDORES DA UNIMONTES

FOTOS XU MEDEIROS
Janaína Gonçalves
Repórter
Depois de dois anos de reuniões e assembleias, os servidores do setor administrativo e da saúde da Unimontes - Universidade Estadual de Montes Claros paralisaram as atividades na manhã de sexta-feira
, 26.

A mobilização em prol de melhorias nas condições de t
rabalho e salários levou os servidores para a frente do hospital universitário Clemente de Faria.



Enterro e teatro na manifestação de servidores
da Unimontes.

De acordo com o diretor do Sindsaúde - Sindicato dos servidores da saúde de Minas Gerais, Isael Soares, os servidores da saúde e do setor administrativo precisam ser ouvidos pela gestão da Unimontes e do governo de Minas, uma vez que a assembleia de negociação marcada para 19 de março deste ano foi cancelada e já faz mais de 10 anos que não há melhorias nestes setores.
- Hoje, um técnico de enfermagem ou administrativo recebe R$ 470. O que é previsto por lei é uma média salarial em torno de R$ 7
00 a R$ 800 - diz.

Ele afirma ainda que, para que o hospital funcione legalmente, 30% dos servidores devem estar na ativa.

- Hoje a unidade possui 1.453 servidores, mas 70% já aderiram à greve - afirma o diretor, que acrescenta que a Unimontes tem menor piso salarial do estado.

Para a técnica de enfermagem Cássia Ribeiro dos Santos, a defasagem salarial é uma preocupação constante.

- Hoje não recebo nem um salário mínimo. É uma vergonha e um desrespeito com a classe e o profissional, já que o trabalho exig oe cuidado e dedicação com os pacientes - diz.

A auxiliar administrativa Maria das Dores de Jesus Santos, que trabalha há mais de 23 anos no setor, diz que neste período não houve melhorias.

- O abono salarial é R$ 0,24 por filho, o vale-transporte R$ 30,00 e a alimentação R$50,00. É preciso mobilizar a gestão para que tenhamos condições de trabalho digno, porque não quero ganhar muito dinheiro, mas o que tenho direito - diz.

O auxiliar administrativo José Aparecido Saraiva tem opinião semelhante.

- É importante que a classe se una para chamar a atenção do governo do estado sobre a insatisfação com a qualidade de trabalho que estamos - afirma.

De acordo com o diretor do Sindsaúde, a greve não tem previsão para acabar.

- Vamos esperar o pronunciamento do governo em favor de melhores condições de trabalho.

Em nota oficial, a direção da Unimontes afirma que acompanha a mobilização dos servidores técnicoadministrativos e, ao mesmo tempo, manifesta sua preocupação diante da paralisação das atividades, que trará prejuízos irreparáveis aos professores, servidores, alunos e à população.

As reivindicações serão encaminhadas ao governo do estado e, para tanto, a reitoria atuará mais uma vez como interlocutora.

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