quinta-feira, 23 de julho de 2009

Jovem tenta suicídio e fica nu por demora de atendimento em hospital

FOTOS MANOEL FREITAS
Samuel Nunes
Repórter
Era para ser uma terça-feira como outra qualquer no pronto atendimento do Hospital Universitário Clemente de Faria. Entretanto, por volta das 17 horas do último dia 21, cenas marcantes presenciadas por quem aguardava atendimento e funcionários daquela instituição hospitalar demonstraram, uma vez mais, o caos em que se encontra a saúde pública no país e, por conseguinte, até onde um ser humano pode chegar, ou seja, no ápice do desespero à procura de atendimento médico, que lhe é teoricamente garantido na constituição federal. De acordo com pessoas no local a triagem não foi feita assim da chegada do paciente.
(Sequência de fotos mostra o desespero do rapaz

ante a falta de atendimento no HU.

O jovem João Leonardo Fonseca tentou suicídio, chorou copiosamente, sorriu de forma irônica da situação vivenciada por ele próprio, cortou um dos braços, se despiu totalmente por duas vezes e gritou de cima do balcão de atendimento do Hospital Universitário. Tudo isso por mais de duas horas para chamar a atenção de médicos ou mesmo da direção do hospital, mas, sem êxito.

VERGONHA

De acordo com pastor Altemar, que também é vereador em Montes Claros, o jovem rapaz faz tratamento de dependência de drogas em sua clínica de reabilitação, e que o desespero é consequência da abstinência. Revela que peregrinou por alguns hospitais da cidade até chegar no Universitário onde tudo aconteceu.

- Estou com nojo e envergonhado com tal situação. Cadê a saúde do município? Queríamos que o rapaz fosse medicado, aqui não é um hospital? Não está escrito pronto atendimento, cadê então?

ATENDIMENTO


Por volta das 18h, viatura da PM foi chamada ao local pela direção do hospital. O rapaz continuava a gritar. Funcionários do hospital corriam pelos corredores e saiam dos seus postos de trabalho, outros choravam diante de um quadro considerado estarrecedor. Funcionários que fazem a segurança no hospital procuravam passar tranquilidade ao rapaz. Depois de toda esta novela da vida real em busca de atendimento, depois das 19h, ele foi levado para determinado local dentro do hospital para ser atendido.

O OUTRO LADO

A O NORTE, o médico Enio Freire Versiani explica que a polícia foi chamada ao local para garantir a segurança dos funcionários e dos demais no local. Frisa que o Hospital Universitário não tem preparo para atender pacientes dependentes químicos ao não ser os denominados eletivos que são aqueles encaminhados pelo CAPS – Centro de atenção psicossocial.

Reconhece que o hospital, como os demais existentes na cidade, têm deficiências dentro do atendimento urgência em psiquiatria que tem de acordo com o doutor Enio Freire Versiani ficar sob observação rigorosa. Salienta ainda que o paciente foi atendido por um médico apresentando quadro estável.

Nenhum comentário: