quinta-feira, 24 de maio de 2012
A primeira linha é para expressar gratidão. Obrigado mestre!
fotos Divulgação
O mestre, com sua generosidade e paciência, ensina tudo o que sabe para seu pupilo e o faz com uma grande dedicação. Vence preconceitos alheios, vence resistências, vence fraquezas.
Semeia em terreno árido, gastando até as sementes que poderão lhe fazer falta no futuro. Ele o faz, mesmo assim. Irriga o deserto.
Pelo afeto, pelo crescimento mútuo e pela melhora do mundo, o mestre se ocupa da melhora do indivíduo, nem que seja um por um.
No seu trabalho de formiga, replica seus conhecimentos, adquiridos em sua vida, geralmente sofrida, passando tudo adiante e evitando o sofrimento dos outros.
Com toda essa entrega e dedicação ao bem do próximo, a tendência de seus discípulos é vê-lo como um Deus, tendem a idolatrá-lo, mas o mestre não se seduz. Certo de seu objetivo, continua sua jornada sem se importar muito com a sua vaidade.
Depois de um tempo convivendo com nosso mestre, percebemos que ele é humano. Enxergamos nele alguns de nossos defeitos e outros novos. Vemos que ele tem a resposta para nossos problemas mas não tem respostas para seus próprios.
De frente com essa nova realidade, temos duas possibilidades: a decepção, causada pela nossa enorme expectativa ou o alento, por perceber que somos todos iguais.
Eu escolhi ver o lado da igualdade, entre todos os seres humanos, inclusive entre os discípulos e os mestres. Quando essa percepção ocorre, começa aí um novo estágio.
De um ser que inicialmente se via limitado, brota a possibilidade de crescer, melhorar, existir, viver e amar sem depender mais do cuidado do mestre.
O mestre, sempre muito generoso, finalmente pode descansar.
Ele criou um novo mestre.
Luto na imprensa montes-clarense
O espanto no rosto das pessoas, o pesar e as lágrimas que insistiam em pular fora. A sensação de perda misturada á de pesar. O impensável. Em uma fria tarde de segunda-feira, incomum demais por estes sertões, onde o calor é o companheiro diário e depois de um final de semana em que a mãe natureza sacudiu os cidadãos da Princesinha do Norte com um tremor, mostrando a nossa pequeneza diante da vida e da morte, chegou a notícia: a imprensa de Montes Claros acabara de perder um dos seus, porque não dizer, mestres. Vítima de parada cardiorrespiratória fulminante falecia o jornalista, advogado e teatrólogo Reginauro Rodrigues da Silva, aos 62 anos de idade.
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Quem e que sabe?
Nascido em Almenara, em 18 de janeiro de 1950, Reginauro Silva foi um dos mais profícuos profissionais da imprensa montes-clarense, cujo trabalho jornalístico norteou e continua a nortear muitos daqueles que tomaram para si a responsabilidade de bem informar e ajudar no progresso e desenvolvimento de nossa cidade. O vasto currículo é prova mais do que cabal da sua competência e amor pela profissão. Reginauro Silva foi repórter do O Jornal de Montes Claros e do Diário de Montes Claros, repórter e editor-chefe do Jornal do Norte, correspondente de O Globo na região, redator da Rádio Educadora de Montes Claros, repórter do Diário de Minas, editor-adjunto de polícia do Jornal Hoje em Dia, free-lancer da Revista Veja, O Indicador Rural, Agência Efe, Gazeta Mercantil, Revista IstoÉ. Recentemente, editou o Jornal O Norte de Minas. E foi fundador do Jornal do Povo, um mural com notícias diárias da cidade.
Como teatrólogo, Reginauro Silva ajudou a divulgar a arte de representar e brindou Montes Claros com um dos seus textos mais criativos, uma homenagem à cidade que tanto amou: Montes Claros, a Formiga que queria ser Cidade e virou Princesa.
Quem conheceu Reginauro sabia do seu amor pelas palavras, pela notícia, pelo jornalismo. Quem trabalhou com ele, não esquece os ensinamentos e por isso, o jornal O Norte, que teve a honra de tê-lo como Diretor de redação e editor faz uma justa e merecida homenagem, através dos depoimentos de quem conviveu com ele.
Eterno respeito
A vida nos prega peças. E a morte do jornalista Reginauro Silva me pegou de surpresa.
Os caminhos e descaminhos da vida nos fizeram parceiros na criação do jornal Opinião que logo depois se transformou no atual jornal O Norte. Naquela época, fizemos uma ideia virar realidade, fizemos história em Montes Claros. Fomos protagonistas. Temos muitas páginas escritas juntos. Muitas delas, cheias de criatividade e de ousadia. Aliás, estas duas características sempre sobravam em Reginauro. Foi por isso que o Jornal O Norte de Minas se solidificou como um dos melhores jornais do interior do estado, e certamente já faz parte da nossa história, que ele tão bem ajudou a escrever. O Jornal O Norte nasceu com a proposta de servir, ouvir e dar voz a comunidade. Por esse motivo escolhemos juntos, o slogan: “O jornal que escreve o que você gostaria de dizer”.
Apesar de estarmos distantes, politicamente, nos últimos tempos a nossa amizade permaneceu, o respeito mútuo também.
Por isso, vá em paz, caro amigo e obrigado pelo tempo que caminhamos juntos. Esse tempo ficará para sempre.
Ruy Muniz
A triste partida
A cidade de Montes Claros está de luto. Morreu o dramaturgo e crítico literário Reginauro Silva. Morreu o confrade que ocupava com méritos a Cadeira número onze do egrégio Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros. Ele tinha como patrono o ilustre jornalista Ary Oliveira. Na Revista do Instituto, volume VII, Reginauro Silva participou com o texto Encontro Cadavérico, quando foi muito elogiado pela imprensa local. Há um silêncio profundo na imprensa montes-clarense. Um silêncio de respeito e de gratidão.
Agora, choram os sinos; choram os hinos; choram os meninos. O palhaço tem o sorriso triste e a boca de palco sequer soletra uma única palavra. Na noite, um vulto perambula abatido, desmedido, bandido das horas mortas em busca da Viadagem. Reginauro Silva, num último suspiro de dor e saudade revela-nos a incerteza dos nossos projetos. A Formiga que queria ser cidade e virou princesa jamais pensaria num momento deste: de morrer. Certamente que as melhores lembranças deste grande homem ficarão para sempre gravadas na história de nossa cidade. Reginauro Silva foi um construtor da cidade de Montes Claros. Dinâmico jornalista, ele prestou os serviços mais importantes na imprensa local em beneficio de sua terra e de sua gente. Hoje ele nos deixa. Lágrimas, soluços e choros serão incontidos no momento de sua despedida. Adeus, amigo! Requiescat in pace!
Dário Cotrim
Fabiana Carneiro
Planos
Reginauro Silva foi o meu Mestre. Regi, como eu gostava de chamá-lo, me incentivou a enveredar pelos caminhos do jornalismo. Foi meu editor nos cadernos de Opinião e no Jornal O Norte, cadernos que ele sempre editou com competência. Ainda acadêmica, comecei escrevendo para o Opinião. Logo depois, comecei a escrever matérias para as editorias de polícia, política, cidade e saúde para o Jornal O Norte, onde aprendi muito. Muitas dessas matérias, de cunho investigativo. Eu sempre brincava com Regi, dizendo que ele era o meu segundo pai. Na manhã desta segunda-feira, tomamos café juntos, na Rádio Unimontes. Falamos de seus planos para lançar o jornal on line - A Provínia - em papel impresso. Mas, infelizmente, no meio da tarde fui surpreendida por esta triste notícia de seu falecimento.
Regi, onde quer que você esteja, saiba que sou grata a todos os seus ensinamentos. O principal deles, jamais esquecerei: aprofunde e apure a notícia que for divulgar porque a notícia crua todos dão. Faça o novo.
Gissele Niza
Bagagem cultural
Conheci pessoalmente Reginauro Silva quando retornei a Montes Claros, em 2003, para ministrar aulas no curso de Jornalismo, da Funorte. Reginauro era responsável pela edição e coordenação do periódico de artigos, resenhas e críticas Opinião - que logo se transformou no jornal O Norte de Minas.
Convivemos no espaço da faculdade e nos encontrávamos nas reuniões e eventos jornalísticos da cidade - comemorações, discussões sindicais e encontros pela construção da Casa da Imprensa do Norte de Minas.
Dono de um texto limpo e direto, amparado pelo conhecimento da língua portuguesa e pela ampla bagagem cultural, Reginauro esteve sempre aberto para a participação dos estudantes de jornalismo nas páginas d’O Norte.
Posso afirmar que ele foi um dos mestres do jornalismo montesclarense.
Elpidio Rocha
Protagonista
A primeira vez que levei um texto para Reginauro Silva avaliar para uma possível publicação no jornal O Norte, fui tomado de surpresa quando ele, imediatamente o salvou e fez a proposta de inaugurar uma coluna minha sobre política.
Tenho tido sorte nessa vida quando se trata de pessoas que me deram oportunidades. E Régis, sem dúvida, foi o primeiro a valorizar aquilo que eu pensava, escrevia e queria, um dia, ver publicado.
Reginauro Silva foi um dos grandes jornalistas que essa cidade já conheceu, uma das melhores pessoas com as quais eu convivi nessa, que é uma luta inglória. O jornalismo não paga bem (não conheço jornalista rico), mas dá visibilidade ao seu nome, ao mesmo tempo que dá oportunidade para os que não gostam de você tentarem te difamar.
Com o nosso Régis, felizmente não foi assim. Respeitado e considerado por todos, nos deixa em um momento tão importante para a cidade e para a cultura, berço esse no qual foi um protagonista de primeira grandeza.
Recentemente encontrava-se muito feliz, pois adquirira uma casa financiada, isso depois de ter trabalhado tanto, de ter lutado tanto. A sua condição econômica é testemunha da sua lisura, do seu respeito e da sua conduta diante da vida.
Vai-se o homem, fica o seu legado.
Marcelo Valmor
Defensor da liberdade de imprensa
A busca contínua pela informação e o direito de informar pautou a vida do grande mestre do jornalismo, Reginauro Silva. Um lutador pela liberdade da imprensa. Foi um incentivador e descobridor de talentos, valorizando quem começava na carreira. Eu fui um destes. Foi ele quem me abriu as portas do jornal O Norte, apostando na nova ideia de transmitir as informações publicadas no impresso, também para a internet. Com ele tive a honra de trabalhar por 5 anos. Período de rico aprendizado. Criador da frase Quem é que sabe?, namorador, autor do livro As 74 mulheres que eu amei, até agosto de 1998, e todas as seguintes, teatrólogo, advogado, jornalista, amigo, parceiro. Deus reservou um lugar especial a ele. Vai fazer falta.
Guardo gratidão pelo incondicional apoio para o meu crescimento profissional. Meus sentimentos à família.
Regi, sem você será mais difícil, mas aceito dar continuidade à sua missão de lutar pelo bom jornalismo.
Luís Alberto Caldeira
Aplausos
Não queria escrever nada, absolutamente nada sobre a morte de Reginauro Silva. Neste momento, ainda zonzo com a notícia, estou de mal dele, do mesmo jeito que fico de mal de todos os que amo e que, de repente, sem explicação alguma, me abandonam e me deixam aqui, falando sozinho, neste vale de lágrimas.
Regim não tinha o direito de fazer isso comigo, com seus amores, com seus amigos e com os seus inimigos, ele que ainda era tão jovem pra fazer essa viagem. Prefiro lembrar-me de nós dois ainda jovens, esbeltos e bonitos, sem carregarmos a prata nos cabelos e as panças proeminentes de agora, entrevistando Chico Preto, o temido macumbeiro da cidade, (o que causaria sua demissão sumária do Jornal de Montes Claros) e Manoel Quatrocentos, o Carlitos mais ensandecido e mais poético da nossa Montes Claros. Acabo de conversar com meus irmãos Tino Gomes e Eduardo Lima, que eram irmãos dele também e que estão também entristecidos em Belo Horizonte. A gente tenta se amparar e se consolar telefonicamente, mas a dor da ausência de Reginauro Silva é maior que nossos lamentos.
Kardec anda me ensinando muitas coisas nos últimos anos. A principal é a fé consoladora que me permite encarar e aplaudir Reginauro Silva na sua última encenação, agora que as cortinas se fecham, na boca de cena e no teatro que ele tanto amava não pra dizer-lhe adeus, mas, sim, um até breve. É só isso que consigo dizer agora porque sei, como Guimarães Rosa alertava, que a vida é um descuido prosseguido e mais cedo ou mais tarde, ao lado do anjo Olinella, Reginauro Silva haverá de nos aguardar, solidário e risonho na imensa, radiosa e monumental porta de Passagem.
Georgino Júnior
Meu eterno professor de jornalismo
É com extrema tristeza no coração que escrevo este, que sem dúvida, é o meu mais difícil texto para o jornal O Norte de Minas, desde o seu inicio. A morte do amigo, irmão e meu professor de jornalismo, Reginauro Silva, de 62 anos, pegou a todos nós de surpresa, na tarde de ontem (21). Estava em uma reunião de trabalho, quando recebo um telefonema do amigo- irmão jornalista, Luis Alberto Caldeira, que chorando me transmitiu a triste notícia do falecimento do amigo Regis Silva.
A notícia me fez voltar no tempo. Era o ano de 2002, e o professor e empresário Ruy Muniz apresentou aos acadêmicos das turmas de comunicação social – habilitação em jornalismo da Funorte, Reginauro Silva. A ideia inicial era criar um jornal laboratório. Foi quando surgiu o Opinião e Regis era o diretor de redação e editor do referido jornal, que oportunizava a acadêmicos da época, Samuel Nunes, Gissele Niza, Heberth Halley, Cínara Dreide, Fernando Abreu, Larissa Teixeira, Valeria Borborema, Samarone Xavier, Elisângela Santos e outros tantos, darem os primeiros passos no jornalismo impresso em Montes Claros.
Um dia, este aprendiz de jornalismo, teve a iniciativa de procurar Reginauro Silva, quando foi prontamente recebido e mais, sai do encontro com a oportunidade de ingressar no impresso. A primeira pauta a mim dada pelo Reginauro Silva foi em dezembro de 2002, matéria intitulada por ele: Falta pouco para a abertura do shopping popular. Aquele foi um momento emocionante na minha vida. Vi ali, uma oportunidade de crescimento enquanto acadêmico. Mas, naquele tempo, eu não sabia nem mesmo ligar um computador. Sou de origem humilde e meus pais não tinham condições de adquirir um computador para facilitar minha vida na faculdade. Conversei com Reginauro e de maneira compreensiva, ele aceitou que eu entregasse esta e outras matérias escritas a mão mesmo.
- Vou receber as suas matérias no papel mesmo. Faz o texto que vou dando um jeito. Mas você tem que aprender logo a trabalhar com o computador, me aconselhou.
Segui seu conselho estritamente e só ganhei com isto.
E foram anos e anos de convivência diária no O Norte de Minas. Inicialmente Regis me colocou na editoria de Economia, depois Cidade e por último, Política, onde fiquei até dois anos atrás. Foi dele, inclusive, a ideia da minha coluna sobre Política.
Regis fará falta, muita falta mesmo. Estou com a consciência tranquila, pois ainda em vida, e por várias vezes, agradeci a ele pela oportunidade a mim concedida. Elogios, puxão de orelha, brincadeiras na redação.
A despedida é um momento de tristeza , em que corações se preparam para viver uma saudade. Diz certo ditado, e a saudade, caro amigo leitor, bate forte no peito. As lágrimas já saíram em demasia, não querendo acreditar na morte do ícone do jornalismo local. Mas Deus nos concede a força necessária para enfrentarmos este momento triste.
Montes Claros acorda triste nesta terça-feira (22), e o seu blog, A Província, que Reginauro tanto gostava não deu a noticia do falecimento do seu criador. É a vida...
Aos parentes, que Deus os console, aos amigos fica o exemplo de um profissional dedicado à profissão, ousado e criativo.
Enfim, o mais triste de uma despedida é a incerteza de uma volta. E mais: talvez o único fato que me dói mais que dizer adeus, é não ter tido a oportunidade de me despedir de você.
Samuel Nunes
Meu eterno editor
Reginauro foi literalmente o Mestre do Jornalismo montes-clarense. Ele deixa um legado de repórteres lançado por ele, principalmente, em o jornal O Norte e no Opinião, onde ele foi o editor chefe. Foi sem dúvida, meu grande editor, da qual pude aprender muito.
Sabia escrever de uma forma genial. Era um jornalista respeitado por todos, sobretudo, pelo jeito de escrever. Era um dos poucos que sabia extrair de um fato pequeno, uma grande matéria. Sabia se expressar de forma sutil e falar nas entrelinhas, como poucos jornalistas. Não tinha medo de falar a verdade. Se tinha que colocar uma nota, fazia sem medo do que pudesse acontecer.
Na seção de homenagens da formatura da turma de jornalismo de 2007, recebeu inúmeros elogios do renomado jornalista Neumar Rodrigues, da TV Globo e Record.
Foi criador de várias frases, a mais marcante delas: Montes Claros - cidade da arte e da cultura. Só tenho a agradecer a Regi pelo carinho, ensinamentos, dedicação e atenção durante os sete anos e seis meses de convivência diária na redação do Jornal Opinião e O Norte.
Estou extremamente triste por saber que foi embora um grande amigo, que será pra sempre o verdadeiro mestre do jornalismo.
Que Deus te proteja mestre.
Fique em paz!
Heberth Halley
Ao mestre com carinho...
Assim eu defino esse grande homem que foi o jornalista Reginauro Silva. O mestre, como eu o chamava, sempre atento a tudo que acontecia, sobretudo, detalhes minuciosos sobre os bastidores da política local.
Regi foi, mas o carinho e a atenção com que tratava seus colegas vão ficar imortalizados na memória daqueles que estiveram ao lado do grande jornalista. Ao seu lado, mesmo em tão pouco tempo, quando a vida e o destino cuidou de nos apresentarmos, vivi a mais conceituada experiência do mundo jornalístico. Ele foi, mas sua lembrança vai ficar pra sempre na memória de todos. Que Deus conforte a família e amigos.
Rubens Santana
Desbravador
Reginauro foi um marco para a cultura de Montes Claros e para a história da imprensa. Ele foi um desbravador em nível de cultura, pois foi influenciado por esta veia artística que o prefeito Toninho Rabelo instalou o Centro Cultural em 1979. O centro cultural foi inaugurado com uma de suas primeiras peças teatrais A Formiga que virou Cidade que falava sobre a nossa história. Na imprensa, sua contribuição foi enorme. Foi ele quem ousou criar uma imprensa independente. Fez um trabalho grandioso e deixa uma lacuna. Tenho alegria de ter aprendido com ele. Regi lançou a geração nova de jornalistas. Quando fui para o Jornal O Norte, fui para somar. Tenho uma gratidão muito grande.
João Jorge
Vida de coragem
O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem... O mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais – ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. Viver é um descuido prosseguido.
(João Guimarães Rosa)
Essa foi a última postagem do amigo jornalista Reginauro Silva, em seu blog A Província. E ele viveu um descuido prosseguido.
Um vez paramos para debater sobre alguns assuntos. Confesso que perdia de goleada para o Mestre Reginauro, homem de uma sabedoria ímpar. E me lembro que falávamos sobre mudanças. E o Reginauro me alertava que existe somente uma forma de o mundo mudar: é nós mudarmos primeiro. Enquanto nos mantivermos na espera que o mundo mude, dizia ele, que as pessoas mudem, que o governo mude, que os políticos mudem, que a esposa ou o marido mudem, que nosso filho cresça e mude, que nosso patrão mude, absolutamente nada vai mudar e quando algo muda, quase sempre é em nosso prejuízo.Além disso, entre mudar o mundo e mudar a nós mesmos, evidente que é infinitamente mais fácil mudar a nós mesmos. Assim, não seja tolo, se quiser mudanças em sua vida, mude você primeiro. (...)
Brincalhão e tremendamente espirituoso, Reginauro comentava que existe apenas um motivo pelo qual você é pobre: você não acredita que pode ficar rico. Desde a infância colocaram na minha cabeça tantas ideias erradas sobre o dinheiro que passei a acreditar que todo rico é ladrão ou que a riqueza é para bem poucos e infelizmente a gente não é um dos privilegiados, e que somente no reino dos céus terá vida boa. Assim você trabalha muito, reclama mais ainda e joga na loteria, cedendo lugar ao pensamento mágico, já que a realidade não te dá chances de realizar teus sonhos. Pois saiba que todos esses conceitos estão errados. O universo é abundante e a riqueza é para todos, sem exceção. Então a riqueza é para você e para mim também.
Pensamento cadenciado e objetivo, Reginauro finalizou o papo dizendo que o motivo principal pelo qual somos pobres, é que pensamos pobres. O grande problema, finalizou o Mestre, está na mente das pessoas, nas crenças que aos poucos se transformaram em paradigmas, impedindo que essas pessoas consigam pensar, arrancar a fórceps velhos paradigmas que impedem o desenvolvimento e substituí-los por outros mais adaptativos.
Neumar Rodrigues
Texto: Jornal o Norte
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